Eu vivo com HIV/AIDS desde 1997. A minha história com o vírus você jamais verá nas mídias ditas e pseudo profissionais. Até porque as mesmas não se interessam por pessoas que, "como eu, fazem parte da maioria absoluta que não distorce a realidade", para lacrar, influenciar, ganhar notoriedade, likes e monetizar. Eu sou um vencedor!

NO BRASIL, 69% DAS PESSOAS QUE VIVEM COM HIV, NÃO TRANSMITEM MAIS O VÍRUS!

"Este número corresponde a 95% das pessoas que fazem tratamento, segundo informações publicadas no novo relatório divulgado pelo Unaids".

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) estima que 960 mil pessoas viviam com HIV no Brasil em 2021. Destas, 88% conheciam o diagnóstico positivo para o vírus, 73% estavam em tratamento e 69% alcançaram a supressão, o que significa que estão com carga viral indetectável e não transmitem mais o vírus. O número representa 95% dos pacientes em tratamento.

As informações constam no relatório Em Perigo, produzido pelo Unaids e divulgado na quarta-feira (26/7). Apesar da campanha brasileira de combate ao HIV ser considerada exemplar, muitos infectados com o vírus ainda não têm acesso ao tratamento. "O estigma, a discriminação e a desigualdade social dificultam que este público chegue aos serviços de saúde". Além de afetar o bem estar e a vida de milhões de pessoas, "a continuidade dessas barreiras de desigualdade pode impedir que a meta de acabar com a pandemia de Aids como ameaça à saúde pública até 2030 seja alcançada", ressalta Claudia Velasquez, diretora e representante do Unaids no Brasil.

O Brasil sempre foi considerado um exemplo na resposta ao HIV. "A possibilidade de acesso às estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo o acesso gratuito aos medicamentos antirretrovirais, é um modelo que serve de referência para muitos países". Porém, isso não coloca Brasil imune ao perigo identificado no relatório global do Unaids. O fato de existir uma oferta pública de serviços no enfrentamento ao HIV/Aids não significa que as pessoas conseguirão acessar estes serviços. Isso acontece porque, em território brasileiro, o cenário de desigualdades, potencializadas pelo estigma e discriminação vivenciadas por pessoas com HIV, têm um grande impacto. "Comunidades mais carentes e povos marginalizados, especialmente populações em situação de maior vulnerabilidade, geralmente apresentam dificuldade em ter acesso aos serviços de tratamento do HIV".

Como exemplo, "27% das pessoas positivas para o vírus da Aids hoje em dia ainda não recebem o tratamento antirretroviral". Consequentemente, esses pacientes podem desenvolver uma alta carga viral, o que lhes deixa expostos a doenças oportunistas que podem levar ao óbito, se não iniciarem imediatamente a terapia. "Além disso, uma pessoa que não está em tratamento expõe seus parceiros sexuais à infecção, por não estarem indetectáveis e, por regra, continuarem transmitindo o vírus".

Números globais:

Em 2021, 75% dos infectados com o vírus no mundo não o transmitiam mais o HIV, graças à adesão e continuidade da terapia antirretroviral. São 76% dos diagnosticados adultos e 52% das crianças que vivem com HIV, até os 14 anos. Entre as mulheres acima de 15 anos, 80% têm acesso ao tratamento. Já entre os homens, o percentual diminui: são 70%. Nos anos de 2020 e 2021, o mundo teve menor declínio anual de novas infecções desde 2016, segundo a organização. África Ocidental, África Central e Caribe conseguiram reduzir os casos, enquanto a maior parte do mundo enfrentou aumentos no período (Europa Oriental, Ásia Central, Oriente Médio, Norte da África e América Latina).

Com 1,5 milhão de novas infecções em 2021, o número ficou mais de um milhão acima da meta para controle da doença. Foram 650 mil mortes registradas por Aids no mesmo ano."As grandes desigualdades dentro dos países e entre eles estão paralisando o progresso na resposta ao HIV, o que acaba alimentando um círculo vicioso, gerador de mais desigualdade", destaca o Unaids. "Cerca de 10 milhões de pessoas infectadas no mundo todo ainda não têm acesso aos antirretrovirais", responsáveis por controlar o vírus no organismo. "No mundo, 48% das crianças diagnosticadas com a infecção não estão em tratamento. A lacuna na cobertura do controle do HIV entre crianças e adultos está aumentando em vez de diminuir, aponta o relatório".

O Unaids estima que, em 2021, 1,7 milhão de crianças com menos de 15 anos viviam com HIV em todo o mundo. Cerca de 160 mil novas infecções, dentro da faixa etária, foram detectadas no decorrer do ano passado. A estimativa do relatório é que 98 mil pequenos tenham morrido pela doença no mesmo período.

FONTE: UNAIDS

USA REALIZA COM SUCESSO PRIMEIRO TRANSPLANTE DE CORAÇÃO ENTRE PESSOAS QUE VIVEM COM HIV

O primeiro transplante de coração de uma pessoa que vive com HIV para outra também portadora do vírus, foi realizado com sucesso no Sistema de Saúde Montefiore, no Bronx/USA. A paciente, na casa dos 60 anos, sofria de insuficiência cardíaca avançada e recebeu a doação, juntamente com um transplante de rim simultâneo, no início da primavera.

Montefiore é um dos 25 centros nos Estados Unidos elegíveis para oferecer esta cirurgia complexa, tendo encontrado referências cirúrgicas anteriores e resultados estabelecidos pela Rede de Aquisição e Transplante de Órgãos. Sua Equipe de Transplante de Coração é reconhecida internacionalmente por liderar métodos inovadores, como transplantar um coração de um doador que morreu depois que seu coração parou de bater, uma nova abordagem que tem o potencial de salvar centenas de pessoas que precisam de um novo coração a cada ano.

"O objetivo da equipe de transplante cardíaco Montefiore é pressionar constantemente e estabelecer novos padrões para que qualquer pessoa que seja apropriada para um transplante de órgãos possa se beneficiar desse procedimento que salva vidas", disse Daniel Goldstein, M.D., professor e vice-presidente do Departamento de Cirurgia Cardiotorácica e Diretor Cirúrgico, Programas de Transplante Cardíaco & Cirurgia Vascular, Montefiore e Faculdade de Medicina Albert Einstein.

Em 2013, a Lei de Equidade de Políticas de Órgãos do HIV permitiu que pessoas vivendo com HIV doassem seus órgãos a um receptor também HIV positivo, mas levou quase 10 anos para que essa oportunidade se tornasse realidade para o transplante de coração. "Graças a avanços médicos significativos, as pessoas que vivem com HIV são capazes de controlar a doença tão bem que agora podem salvar a vida de outras pessoas que vivem na mesma condição. Essa cirurgia é um marco na história da doação de órgãos e oferece nova esperança às pessoas que antes não tinham para onde ir", disse Ulrich P. Jorde, MD, Chefe de Seção - Insuficiência Cardíaca, Transplante Cardíaco & Apoio Circulatório Mecânico e Vice-Chefe, Divisão de Cardiologia da Montefiore e Professor de Medicina no Einstein.

Nos Estados Unidos, há entre 60.000 e 100.000 pessoas que poderiam se beneficiar de um novo coração, no entanto, apenas cerca de 3.800 transplantes foram realizados em 2021. "Este foi um caso complicado e um verdadeiro esforço multidisciplinar por cardiologia, cirurgia, nefrologia, doença infecciosa, cuidados críticos e imunologia", disse o cardiologista do paciente, Dr. Omar Saeed, que também é Professor Assistente de Medicina no Einstein. "Disponibilizar essa opção para pessoas vivendo com HIV amplia o pool de doadores e significa que mais pessoas, com ou sem HIV, terão acesso mais rápido a um órgão que salva vidas. Dizer que estamos orgulhosos do que isso significa para nossos pacientes e para a comunidade médica em geral, é um eufemismo".

Sobre o Montefiore Health System O Montefiore:

Health System é um dos principais sistemas acadêmicos de saúde de Nova York e é um líder reconhecido em fornecer cuidados excepcionais e personalizados e responsáveis para aproximadamente três milhões de pessoas em comunidades do Bronx, Westchester e do Vale do Hudson. São 10 hospitais, incluindo o Hospital Infantil de Montefiore, o Hospital de Reabilitação Burke e mais de 200 locais ambulatoriais. A pesquisa clínica e translacional avançada em sua faculdade de medicina, Albert Einstein College of Medicine, informa diretamente o atendimento ao paciente e melhora os resultados. Desde os Centros de Excelência em câncer, cardiologia e cuidados vasculares, pediatria e transplantes, até seu programa de saúde de base escolar preeminente, Montefiore é um sistema de prestação de cuidados de saúde totalmente integrado, que oferece atendimento coordenado e integral aos pacientes e seus familiares.

FONTE/LINK: EUREKALERT

MÉDICOS ANUNCIAM 4º CASO DE CURA DO HIV/AIDS

Um homem que vive com HIV desde a década de 1980 foi curado, dizem seus médicos. Este é apenas o quarto caso do tipo no mundo. Ele recebeu um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia, e o doador era naturalmente resistente ao vírus.

O homem de 66 anos, que pediu para não ser identificado, parou de tomar medicamentos para o HIV. Ele disse estar "mais que grato" pelo vírus não poder mais ser encontrado em seu corpo. O homem é conhecido como o Paciente City of Hope (Cidade da Esperança, em português) em homenagem ao hospital onde foi tratado em Duarte, na Califórnia.

Muitos de seus amigos morreram de HIV no passado, antes que os medicamentos antirretrovirais pudessem dar a estas pessoas uma expectativa de vida quase normal. Em um comunicado, o homem disse: "Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV".

Ele recebeu o transplante de medula óssea não para tratar o HIV, mas porque desenvolveu leucemia aos 63 anos. A equipe médica responsável pelo seu tratamento decidiu que ele precisava do transplante para substituir sua medula óssea doente por células normais. Por coincidência, o doador era resistente ao HIV. O HIV entra nos glóbulos brancos do nosso corpo usando uma porta microscópica, uma proteína chamada CCR5. No entanto, algumas pessoas, incluindo o doador, têm mutações CCR5 que fecham essa porta e impedem a entrada do vírus.

O paciente foi monitorado de perto após o transplante, e seus níveis de HIV se tornaram indetectáveis ​​em seu corpo e permanecem assim há mais de 17 meses. "Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais tomar a terapia antirretroviral que estava usando há mais de 30 anos", disse Jana Dickter, infectologista do hospital City of Hope.

A primeira vez em que um caso semelhante aconteceu foi em 2011, quando Timothy Ray Brown, conhecido como o Paciente de Berlim - se tornou a primeira pessoa no mundo a ser curada do HIV. Outros três casos semelhantes foram registrados nos últimos três anos. O paciente do City of Hope é a pessoa mais velha e que vive com HIV há mais tempo a ser tratada dessa maneira. No entanto, os transplantes de medula óssea não vão revolucionar o tratamento para os 38 milhões de pessoas que têm HIV no mundo atualmente.

"É um procedimento complexo com efeitos colaterais significativos. Portanto, não é realmente uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV", afirmou Dickter. No entanto, os pesquisadores estão procurando maneiras de atuar sobre a proteína CCR5 usando terapia genética. O caso foi apresentado na conferência Aids 2022, em Montreal, no Canadá.

Ao comentar o anúncio, Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional da Aids, disse: "A cura continua sendo o Santo Graal da pesquisa do HIV". Ela disse que houve "um punhado de casos de cura individual antes" e eles forneceram "esperança contínua para pessoas que vivem com HIV e inspiração para a comunidade científica".

Texto originalmente publicado pela BBC no link:

https://www.bbc.com/portuguese/geral-62324526

PODEMOS ACABAR COM A EPIDEMIA DE AIDS ATÉ 2030!

Mas só podemos fazer isso de forma conjunta. Por isso, precisamos garantir que todas as pessoas tenham acesso a informação, cuidados e apoio e a um sistema de saúde capaz de salvar vidas.

FONTE:  UNAIDS

HIV ACELERA PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DO CORPO LOGO APÓS INFECÇÃO

O HIV tem um impacto “precoce e substancial” no envelhecimento em apenas dois a três anos após a contração do vírus, de acordo com um novo estudo que destaca a necessidade de diagnóstico precoce da infecção.

A pesquisa publicada no mês passado na Diário iScience sugere que a infecção viral acelera as mudanças biológicas no corpo associadas ao envelhecimento normal, “e pode reduzir rapidamente cerca de cinco anos da vida de um indivíduo em relação a uma pessoa não infectada”.

“Nosso trabalho demonstra que mesmo nos primeiros meses e anos de vida com HIV, o vírus já desencadeou um processo de envelhecimento acelerado no nível do DNA”, disse Elizabeth Crabb Breen, principal autora do estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles. UCLA). “Isso enfatiza a importância crítica do diagnóstico precoce do HIV e a conscientização dos problemas relacionados ao envelhecimento, bem como o valor da prevenção da infecção pelo HIV em primeiro lugar”.

No estudo, os cientistas avaliaram amostras de sangue armazenadas de 102 participantes do sexo masculino, coletadas seis meses ou menos antes de serem infectadas pelo HIV e novamente dois a três anos após a infecção. Os homens eram participantes do Multicentre AIDS Cohort Study, um estudo nacional em andamento iniciado em 1984. Os pesquisadores então compararam os resultados dos testes com os de amostras correspondentes de 102 homens não infectados da mesma idade, coletados no mesmo período.

Foi analisado como o HIV afeta um processo nas células chamado metilação epigenética do DNA, que liga ou desliga os genes no curso de suas mudanças biológicas normais. Essas mudanças na atividade dos genes são feitas naturalmente pelas células em resposta à influência do ambiente, comportamentos das pessoas ou outros fatores externos, como doenças, que afetam o comportamento dos genes. O estudo analisou particularmente cinco medidas epigenéticas de envelhecimento descritas em estudos anteriores.

Quatro dessas mudanças são conhecidas como “relógios” epigenéticos, e cada uma delas usa uma abordagem ligeiramente diferente para estimar a aceleração da idade biológica em relação à idade cronológica. A quinta medida, explicaram os cientistas, avaliou o comprimento dos telômeros, que são extremidades protetoras dos cromossomos. Sabe-se que os telômeros ficam progressivamente mais curtos com a idade, à medida que as células se dividem, até ficarem tão curtos que a divisão não é mais possível.

Os pesquisadores encontraram uma “aceleração significativa da idade” em cada uma das quatro medições do relógio epigenético, variando de 1,9 a 4,8 anos. Eles também observaram o encurtamento dos telômeros no período que começa logo antes da infecção e termina dois a três anos depois, na ausência de tratamento antiviral altamente ativo. Em comparação, os cientistas não viram uma aceleração de idade semelhante nos participantes não infectados no mesmo intervalo de tempo.

“Estas observações longitudinais demonstram claramente um impacto precoce e substancial da infecção pelo HIV no processo de envelhecimento epigenético e sugerem um papel para o próprio HIV no início precoce do envelhecimento clínico”, afirmaram os cientistas no estudo. Os pesquisadores dizem que essa comparação entre pessoas infectadas e não infectadas não foi feita até agora. “O estudo relatado aqui é o maior, e o primeiro com controles não infectados pelo HIV, para acompanhar longitudinalmente os indivíduos ao longo da infecção pelo HIV e documentar mudanças epigenéticas consistentes com o envelhecimento biológico acelerado”, acrescentaram.

“Nosso acesso a amostras raras e bem caracterizadas nos permitiu projetar este estudo de uma maneira que deixa poucas dúvidas sobre o papel do HIV na obtenção de assinaturas biológicas do envelhecimento precoce”, disse Beth Jamieson, outra autora do estudo. Citando algumas limitações do estudo, os cientistas disseram que a pesquisa incluiu apenas homens, acrescentando que os resultados podem não ser aplicáveis ​​às mulheres. Eles acrescentaram que o número de participantes não brancos era pequeno e o tamanho da amostra do estudo era insuficiente para considerar os efeitos posteriores do tratamento antiviral altamente ativo fornecido para a infecção pelo HIV ou para prever resultados clínicos.

Outra desvantagem do estudo, disseram os pesquisadores, é que ainda não há consenso sobre o que constitui o envelhecimento normal ou como defini-lo. “Nosso objetivo de longo prazo é determinar se podemos usar qualquer uma dessas assinaturas para prever se um indivíduo está em risco aumentado para resultados específicos de doenças relacionadas ao envelhecimento, expondo assim novos alvos para terapias de intervenção”, acrescentou Jamieson.

Fonte: iScience