Eu vivo com HIV/AIDS desde 1997. A minha história com o vírus você jamais verá nas mídias ditas e pseudo profissionais. Até porque as mesmas não se interessam por pessoas que, "como eu, fazem parte da maioria absoluta que não distorce a realidade", para lacrar, influenciar, ganhar notoriedade, likes e monetizar. Eu sou um vencedor!

A CADA 2 MINUTOS UMA CRIANÇA É INFECTADA PELO HIV NO MUNDO

"Johanesburgo/Nova Iorque, 29 de novembro de 2021: O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgou nesta segunda-feira um relatório mostrando que uma criança a cada dois minutos foi infectada pelo HIV em 2020. Outras 120 mil crianças morreram de causas relacionadas à Aids durante este mesmo período, o que equivale a uma criança a cada cinco minutos".

O relatório chamado "HIV and Aids Global Snapshot", concluiu que a pandemia prolongada da Covid-19 tem aprofundado desigualdades que agravam a epidemia de HIV, diminuindo o acesso a prevenção e tratamento das doenças. "A epidemia de HIV entra em sua quinta década em meio a uma pandemia global que sobrecarregou os sistemas de saúde e restringiu o acesso a serviços vitais. Enquanto isso, o crescimento da pobreza, problemas de saúde mental e abuso estão aumentando o risco de infecção de crianças e mulheres, disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore".

Outros dados divulgados são que duas em cada cinco crianças vivendo com HIV em todo o mundo não sabem sua condição, "e que pouco mais da metade das crianças com HIV está recebendo tratamento antirretroviral (TARV)". Discriminação e desigualdade de gênero foram apontados como barreiras ao acesso adequado aos serviços de HIV.

O relatório salientou que muitos países viram interrupções significativas nos serviços de HIV por causa da Covid-19 no início de 2020. "Os lockdowns também foram a causa de agravamentos da epidemia, devido a picos na violência de gênero, acesso limitado a cuidados de acompanhamento e falta de estoque de produtos essenciais". Países com alta prevalência da doença diminuíram em 50% a 70% os testes de HIV infantil, e as novas iniciações de tratamento para crianças menores de 14 anos caíram entre 25% e 50%.

Outros dados que diminuíram em vários países foram o número de partos em unidades de saúde, testes de HIV maternos e início de tratamento antirretroviral para HIV. Em um exemplo extremo, a cobertura de TARV (Terapia Anti-retroviral) entre mulheres grávidas caiu drasticamente na Ásia Meridional em 2020, de 71% para 56%.

Os sistemas de saúde pelo mundo se voltaram para a Covid-19, o que aumentou as lacunas na resposta global ao HIV, de acordo com o relatório. Embora a adoção de serviços tenha se recuperado em junho de 2020, os níveis de cobertura permanecem muito abaixo daqueles de antes da covid-19, e a verdadeira extensão do impacto permanece desconhecida.

No que se diz respeito ao tratamento de HIV, "as crianças e os adolescentes foram os mais negligenciados em todas as regiões na última década". O relatório mostrou que a cobertura global de TARV para crianças está muito atrás de gestantes (85%) e adultos (74%). Ainda segundo os dados, o maior percentual de idade de crianças recebendo TARV está na Ásia Meridional (+ 95%), seguido pelo Oriente Médio e Norte da África (77%), Leste da Ásia e Pacífico (59%), África Oriental e Meridional (57%), América Latina e Caribe (51%) e África Ocidental e Central (36%).

"Reconstruir melhor em um mundo pós-pandêmico deve incluir respostas ao HIV que sejam baseadas em evidências, centradas nas pessoas, resilientes, sustentáveis e, acima de tudo, equitativas, disse Fore. Para fechar as lacunas, essas iniciativas devem ser realizadas por meio de um sistema de saúde reforçado e do envolvimento significativo de todas as comunidades afetadas, especialmente as mais vulneráveis".

Dados adicionais de 2020 incluídos no relatório:

* 150 mil crianças de até 9 anos foram infectadas pelo HIV, elevando o número total de crianças nessa faixa etária vivendo com HIV para 1,03 milhão.

* 150 mil crianças e adolescentes com idades entre 10 e 19 anos foram infectados pelo HIV, elevando o número total meninas e meninos nessa faixa etária vivendo com HIV para 1,75 milhão. 

* 120 mil meninas adolescentes foram infectadas pelo HIV, em comparação com 35 mil meninos.

* 120 mil crianças e adolescentes morreram por causas relacionadas à aids; 86 mil de até 9 anos e 32 mil entre 10 e 19 anos.

* Na África Oriental e Meridional, as novas infecções anuais entre adolescentes diminuíram 41% desde 2010, enquanto no Oriente Médio e Norte da África, as infecções aumentaram 4% no mesmo período.

* 15,4 milhões de crianças perderam um ou ambos os pais devido a causas relacionadas à aids no ano passado. Três quartos dessas crianças, 11,5 milhões, vivem na África ao sul do Saara. As crianças órfãs por causa da aids representam 10% de todos os órfãos em todo o mundo, mas 35% de todos os órfãos vivendo na África ao sul do Saara.

“Reconstruir melhor em um mundo pós-pandêmico deve incluir respostas ao HIV que sejam baseadas em evidências, centradas nas pessoas, resilientes, sustentáveis e, acima de tudo, equitativas”, disse Fore. “Para fechar as lacunas, essas iniciativas devem ser realizadas por meio de um sistema de saúde reforçado e do envolvimento significativo de todas as comunidades afetadas, especialmente as mais vulneráveis”.

FONTE: UNICEF

DOVATO - NOVO MEDICAMENTO DE DOSE ÚNICA DIÁRIA CONTRA HIV É APROVADO PELA ANVISA

A ANVISA autorizou o registro do Dovato, um medicamento de regime completo composto por duas medicações (Dolutegravir 50 mg e Lamivudina 300 mg) em dose única diária, ou seja, em um único comprimido, para o tratamento de HIV em adultos e adolescentes acima de 12 anos de idade, com peso mínimo de 40 kg.

Desenvolvido pela GSK/ViiV Healthcare, Dovato reduz a quantidade de antirretrovirais usados pelos pacientes por possuir apenas duas medicações, enquanto ainda mantém a eficácia e a alta barreira à resistência de regimes tradicionais com mais medicamentos.

"Hoje, muitos tratamentos para o HIV de um único comprimido têm pelo menos 3 medicamentos diferentes combinados. Já o Dovato fornece resultados expressivos com apenas dois medicamentos em um comprimido, demonstrando através de estudos, ser igualmente tão eficaz quanto tratamentos para o HIV com 3 ou 4 medicamentos. Isso significa: manutenção da eficácia, com menor utilização de medicamentos e menor potencial de toxicidade", explica dr. Rafael Maciel, gerente médico da GSK/ViiV Healthcare.

Um recente estudo divulgado na 18ª Conferência Europeia de Aids (EACS 2021), avaliou a eficácia, segurança e tolerabilidade do medicamento em pacientes que receberam Dovato conforme a prescrição de seus médicos. Chamado de URBAN, o estudo mostrou que a combinação de Dolutegravir e Lamivudina teve bons resultados no controle do vírus do HIV em um ano, sem casos de desenvolvimento de resistência. Em relação à segurança, os riscos de efeitos adversos graves e descontinuações foram baixos.

Para Vani Vannappagari, Chefe Global de Epidemiologia e Evidência do Mundo Real da GSK/ViiV Healthcare, esses dados fortalecem a apresentação de Dovato para pessoas que vivem com HIV. "A GSK/ViiV Healthcare se dedica ao desenvolvimento de medicamentos que atendam às necessidades das pessoas vivendo com HIV e os achados apresentados neste estudo destacam o importante papel do regime de duas drogas baseados em Dolutegravir como viável e duradouro, demonstrado como opções de tratamento em ensaios clínicos e na prática clínica do mundo real, tanto para aquelas pessoas virgens de tratamento, tanto para aqueles que já estão virologicamente suprimidos".

Dovato é um medicamento completo, de dose única diária, podendo ser tomado até mesmo em jejum, para o tratamento de HIV em adultos e adolescentes acima de 12 anos de idade, com peso mínimo de 40 kg, sem histórico de resistência ao Dolutegravir ou à Lamivudina. É composto por duas moléculas. O Dolutegravir 50 mg atua ao impedir que o DNA viral se integre ao material genético das células humanas. A Lamivudina 300 mg age interferindo na conversão do RNA viral em DNA, impedindo assim a multiplicação do vírus. A aprovação do Dovato é apoiada pelos estudos globais de referência GEMINI 1 e 2 que incluíram mais de 1.400 adultos vivendo com HIV, e pelos resultados do estudo TANGO, apresentados na Conferência Internacional da Sociedade de Aids sobre Ciência do HIV 2021 (IAS 2021).

Aproximadamente metade das pessoas que vivem com HIV e fazem uso de terapia antirretroviral utilizam Dolutegravir em seus tratamentos. O dolutegravir 50mg foi introduzido no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2016 e, atualmente, é distribuído a mais de 400 mil pacientes, o que representa cerca de metade das pessoas em tratamento contra o HIV atendidas pelo SUS. Segundo dados atuais do Ministério da Saúde, aproximadamente 936 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, sendo que 88% estão diagnosticadas, destas 71% encontram-se em tratamento com antirretroviral e destas 63% estão com supressão viral.

Para o dr. Rafael, é muito importante que as pessoas diagnosticadas com HIV iniciem o tratamento o mais rápido possível e façam o correto uso de antirretrovirais, como forma de garantir o controle da infecção e prevenir a evolução para a aids. "A boa adesão à terapia antirretroviral traz grandes benefícios individuais, entre outros fatores, a ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas".

CIÊNCIA RELATA 2° CASO DE PACIENTE CURADA DE HIV SEM TRATATAMENTO

O caso de uma mulher que se curou de HIV sem qualquer tipo de tratamento foi recentemente relatado por pesquisadores no periódico científico Annals of Internal Medicine.

A mulher que tem sido chamada de paciente Esperanza, para preservar o anonimato, "não apresenta mais nenhum traço do vírus em mais de 1 bilhão de células sanguíneas retiradas dela".

"O caso é extremamente raro". O primeiro registro de alguém que também parece ter erradicado completamente o vírus "sem a utilização de antiviral ou de transplante de medula óssea foi uma mulher de 67 anos chamada Loreen Willenberg". No ano passado, os cientistas declararam que ela teve uma cura funcional, "que é quando o corpo luta e vence uma infecção naturalmente". Tanto Loreen, quanto essa segunda paciente que não teve o nome divulgado são tidas como controladoras de elite, que ao que tudo indica: "possuem um sistema imunológico que consegue manter o HIV sob controle sem tratamento. Os pesquisadores acreditam que possam ter outros casos de pessoas curadas naturalmente, mas que  ainda não sabem disso".

Essas descobertas, especialmente com a identificação de um segundo caso, "indicam que pode haver um caminho acionável para uma cura esterilizante para pessoas que não são capazes de fazer isso por conta própria", disse o pesquisador Xu Yu, membro do Ragon Institute of MGH, MIT e Harvard.  A esperança dos pesquisadores é entender os mecanismos imunológicos desses pacientes para assim desenvolver tratamentos que ensinem o sistema imunológico de outras pessoas a imitar essas respostas em casos de infecção pelo HIV.

Durante a infecção, o HIV (vírus causador da Aids) coloca cópias de seu genoma no DNA das células, criando o que é conhecido como reservatório viral. Nesse estado, o vírus efetivamente se esconde dos medicamentos anti-HIV e da resposta imunológica do corpo. Na maioria das pessoas, novas partículas virais são constantemente feitas desse reservatório. "A terapia antirretroviral (Tarv) pode prevenir a produção de novos vírus, mas não pode eliminar o reservatório, necessitando de tratamento diário para suprimir o vírus".

Algumas pessoas, conhecidas como controladores de elite, têm sistemas imunológicos capazes de suprimir o HIV sem a necessidade de medicamentos. Embora ainda tenham reservatórios virais que podem produzir mais vírus HIV, um tipo de célula imune chamada célula T assassina mantém o vírus suprimido sem a necessidade de medicação.

FONTE: GOOGLE NOTÍCIAS