Eu vivo com HIV/AIDS desde 1997. A minha história com o vírus você jamais verá nas mídias ditas e pseudo profissionais. Até porque as mesmas não se interessam por pessoas que, "como eu, fazem parte da maioria absoluta que não distorce a realidade", para lacrar, influenciar, ganhar notoriedade, likes e monetizar. Eu sou um vencedor!

USP PARTICIPARÁ DE REDE GLOBAL PARA ENCONTRAR A CURA DA AIDS

A Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) irão participar de uma rede global de pesquisa que pretende encontrar a cura definitiva para a infecção HIV, o vírus causador da aids, por meio de engenharia genética. A nova abordagem de combate ao vírus buscará o bloqueio completo do HIV dentro das células e sua posterior eliminação.

As últimas décadas representaram avanços muito importantes no tratamento e controle do HIV e AIDS. “Mas o paciente segue precisando se tratar continuamente e o risco de agravamento em caso de interrupção permanece. Esta nova abordagem significará um passo fundamental. Poderá ser, finalmente, a cura do HIV”. Destacou o professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP, Esper Kallás, que coordenará o grupo brasileiro.

“Atualmente, o combate ao HIV é feito principalmente com o uso de medicamentos retrovirais, que precisam ser tomados pelos pacientes por toda a vida. No entanto, essas drogas não eliminam o vírus que está circulante no sangue, mas atua com menor intensidade nas células infectadas”.

Com a nova abordagem proposta pela pesquisa, os cientistas buscarão maneiras de bloquear e trancar o HIV dentro das células, deixando-o inativo, o que deverá ser feito com drogas que agirão no material genético do vírus. A ideia é encontrar os caminhos para modificar o vírus dentro da célula a ponto de destruí-lo, eliminando-o do paciente.

A rede, conhecida em inglês como HIV Obstruction by Programmed Epigenetics (HOPE) Collaboratory, é liderado por Gladstone Institute, Scripps Research Florida e Weil Cornell Medicine, e receberá investimentos de U$ 26,5 milhões para desenvolver a pesquisa. Após cumpridas as fases experimentais iniciais pela rede de pesquisas, ensaios clínicos deverão ser conduzidos no Hospital das Clínicas da FMUSP.

Fonte: Agência Brasil

MÉDICA DESABAFA: ESTOU CANSADA DE DIAGNOSTICAR HIV EM MULHERES FIÉIS AO MARIDO!

"Homens, se vocês vão chifrar as esposas de vocês, pelo menos encapem a p… do pau quando forem comer alguém. Estou cansada de dar diagnóstico de HIV pra mulher jovem, gestante, casada há anos e que é fiel ao marido. Se vai f… com a vida de alguém, f… só com a tua, irmão".

Sou médica infectologista em Santarém, no Pará, e publiquei esse desabafo, que viralizou no Twitter. Trabalho no Centro de Tratamento e Acolhimento (CTA) do município e todo dia a gente tem casos novos de HIV. No dia desse desabafo nas redes sociais, eu atendi uma grávida, creio que de sete ou oito semanas de gestação. Era o seu primeiro filho e estava acompanhada da mãe, uma senhora de quase 70 anos.

Eu vi essa mulher muito angustiada no ambulatório. Como era a primeira consulta dela, sempre buscamos acolher ao máximo. Perguntamos como está, a maneira como acredita que pegou o vírus, para quem ela vai contar e por aí vai. Durante a conversa, descobri que era professora, na faixa dos 30 anos, casada há cinco anos e que nunca teve uma relação extraconjugal. Foi uma paciente bem aberta.

Ela descobriu o HIV naquele dia. Tinha ido ao posto de saúde iniciar o pré-natal, e com um teste rápido positivo, a enviaram para o centro de referência para confirmar. Repetimos o exame e confirmamos. Ela ainda não tinha nem chegado em casa para falar com o marido.

Me formei há seis anos na Universidade Estadual do Pará (UEPA) e, desde que me formei, tenho oportunidade trabalhar com pessoas que vivem com HIV, antes como generalista, e há quase dois anos como especialista. Durante esse tempo histórias assim se repetem e me revoltam.

"Infelizmente, é um tipo de diagnóstico que ainda acontece muito: o da mulher que está há muito tempo com o homem que tem relações extraconjugais desprotegidas".

Há padrões de descoberta da infecção. O das que descobrem quando o marido já está muito doente, em fase de Aids, e que muitas vezes vai a óbito. E as que testam positivo no pré-natal da gestação. Poucas descobrem por meio de exames de rotina, o que acende o alarme para como estamos fazendo como profissionais da saúde na Atenção Primária ou nos consultórios da Ginecologia, por essas mulheres.

O representante máximo do governo atual culpa quem se infecta e atribui a epidemia de HIV no Brasil a quem tem "comportamentos sexuais diferenciados". Trata nossos pacientes como uma despesa ao SUS (Sistema Único de Saúde), e tira completamente o foco de investimentos em campanhas de prevenção e conscientização.

"Enquanto isso, 'pais de família' infectam suas esposas apoiados no falso moralismo vigente em nossa sociedade".

Estamos em 2021 e ainda tem gente que acredita piamente no mito de que não pode sentar no mesmo lugar, usar o mesmo banheiro ou compartilhar o talher com uma pessoa que vive com HIV. Estamos falhando como seres humanos ao não combater isso, estamos falhando como profissionais da saúde ao não diagnosticarmos e orientarmos sobre isso, estamos falhando ao não lutarmos por educação sexual obrigatória nas escolas, que nos seria tão mais válida do que perseverar na cultura de manter sexo como um tabu na sociedade.

É impossível não se colocar no lugar dessas mulheres diagnosticadas. Já vi uma menina de 17 anos morrer depois de três meses de internação por meningite fúngica e complicações da Aids. Como ela foi infectada? Sendo estuprada pelo próprio vizinho desde os 10 anos de idade. Essa menina poderia ter sido eu, minha filha, minha amiga. Está mais próximo do que pensamos porque HIV não tem cara, não tem rosto e não está escrito na testa de ninguém.

Tenho muita vontade de trabalhar apenas com isso, principalmente em uma linha de pesquisa sobre HIV em mulheres cis e trans. A ciência sobre esse assunto ainda é voltada mais ao público masculino e estudos sobre mulheres ainda são escassos. É um absurdo que, por exemplo, tenhamos de adaptar métodos de prevenção masculinos quando o assunto é sexo entre mulheres; que estejamos fadadas a sermos sombra e estar À margem do que é voltado para homens.

Meu trabalho atualmente tem sido o de tentar levar informação da forma que eu consiga alcançar mais gente possível, por meio das redes sociais. Com essa interação, consigo visualizar as demandas dessas mulheres. Conversamos, trocamos experiências, às vezes nos tornamos próximas. Elas me fazem ter vontade de seguir adiante, de estudar mais e de, um dia, poder fazer mais do que tenho feito até agora.

É polêmico, doloroso e ruim dizer isso, "mas digo para minhas pacientes mulheres que não confiem em ninguém. Se cuidem, previnam-se, façam exames de teste rápido para HIV, hepatites virais e sífilis pelo menos semestralmente. Se priorizem. Estamos juntas nessa luta".

Autora:  Eduarda Prestes, 30 anos, médica infectologista.

Fonte: UOL

VACINA CONTRA HIV COMEÇA A SER TESTADA HOJE EM HUMANOS

"A Moderna anunciou que vai começar a testar sua vacina experimental contra o HIV em humanos a partir de hoje (19/08), nos Estados Unidos".

A vacina baseada em mRNA envolverá 56 adultos saudáveis com idades entre 18 e 50 anos que não tem HIV no primeiro momento. O intuito é buscar entender qual a resposta imune da vacina e testar sua segurança em humanos.

Serão aplicadas duas versões do imunizante contra o HIV apelidado de mRNA-1644. Os voluntários serão divididos em quatro grupos, dois vão receber um imunizante de cada tipo e outros dois vão receber uma combinação das duas vacinas.

Todos os voluntários saberão quais imunizantes estão tomando, isso porque nesta primeira fase, que dura 10 meses, os pesquisadores querem apenas comprovar a segurança da aplicação da vacina e verificar qualquer resposta imunológica básica. Caso a vacina contra o HIV da Moderna seja aprovada na primeira fase de estudo clínico, ainda será submetida a outras duas etapas para comprovar a capacidade de imunização dos vacinados.

Os pesquisadores afirmam que a maior dificuldade de desenvolver uma vacina contra o HIV é a rapidez que o vírus infecta o DNA humano, transformando sua estrutura facilmente. Diferentemente de imunizante comuns, as vacinas mRNA não carregam alguma parte do vírus a ser combatido, mas sim algumas instruções para nossas células, fazendo com que elas fiquem preparadas para receber e combater o vírus.

O imunizante mRNA ficou popularmente conhecido após a pandemia de Covid-19 e, além do HIV, deve ser utilizado em breve para combater outros tipos de vírus. A Moderna informou que além da vacina mRNA-1644, também está trabalhando em outro imunizante contra o HIV, que foi denominado como mRNA-1574.

FONTE: AIDSMAP

VOCÊ, JOVEM VIVENDO COM HIV, SABE QUAIS SÃO E COMO TER ACESSO AOS SEUS DIREITOS?

RESUMO: O Brasil tem diversos recursos, institucionais e não-governamentais, criados para auxiliar e proteger a sua dignidade e garantir os seus direitos. Foi pensando nisso que esta cartilha foi desenvolvida. A ideia é auxiliar jovens que vivem com HIV não apenas a conhecer um pouco mais sobre os seus principais direitos, mas principalmente a acessá-los da maneira mais efetiva e descomplicada possível. Conhecer e buscar a proteção dos direitos também é uma forma de enfrentar o estigma, gerar conscientização e promover a dignidade humana de jovens e de outras pessoas vivendo com HIV/AIDS!

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) lançou a cartilha “Viver em Positivo: Guia rápido para jovens vivendo com HIV e seus direitos” (CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A CARTILHA). O objetivo é oferecer um material com informações e sugestões essenciais sobre o acesso a direitos sociais, zero discriminação e participação social a jovens vivendo com HIV/AIDS.

A publicação nasceu a partir da experiência do “Programa de Estágio Profissional Afirmativo”, uma ação inédita do UNAIDS voltada para garantir que pessoas pertencentes às populações-chave para o HIV pudessem ter a oportunidade de trabalhar com o tema, adquirir novas competências e habilidades nas áreas de atuação do UNAIDS e, dessa forma, potencializar o alcance de seus objetivos profissionais.

A publicação foi escrita usando uma linguagem acessível ao público a que se destina. Claudia Velasquez, Diretora e Representante do UNAIDS no Brasil, explica que o documento aborda temas como direitos sociais e políticas públicas voltadas para jovens vivendo com HIV/AIDS, com indicações importantes relacionadas ao que fazer após receber o diagnóstico positivo para o HIV e como ter acesso aos serviços de saúde e previdência social e de apoio psicológico, entre outros. “A participação social e o trabalho por um mundo com zero discriminação são outros temas abordados pelo Guia, o que está relacionado com a estratégia do UNAIDS de colocar as pessoas no centro a fim de acabar com a AIDS até 2030”.

Segundo o mais recente Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, “no período entre 2009 e 2019 houve um aumento de 74,8% na detecção de AIDS entre jovens na faixa etária entre 20 e 24 anos”. Isto vem na contramão na queda observada de 17,2% de detecção de AIDS na população em geral no mesmo período. Leonardo Moura, coautor do Guia, ex-estagiário de comunicação do UNAIDS Brasil e membro da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids, destaca que:

“Muitas coisas mudam na vida de uma pessoa, especialmente jovem, quando descobre que está vivendo com HIV. Uma mudança importante é a falsa percepção de que não devemos mais fazer parte da sociedade e como consequência acabamos nos isolando. Então, acredito que o Guia vai auxiliar as juventudes a construir os diversos caminhos possíveis para uma vida digna e que nossos direitos possam ser respeitados”.

FONTE: UNAIDS