Eu vivo com HIV/AIDS desde 1997. A minha história com o vírus você jamais verá nas mídias ditas e pseudo profissionais. Até porque as mesmas não se interessam por pessoas que, "como eu, fazem parte da maioria absoluta que não distorce a realidade", para lacrar, influenciar, ganhar notoriedade, likes e monetizar. Eu sou um vencedor!

NO BRASIL INFECÇÕES POR HIV EM CRIANÇAS CAI 87% EM 12 ANOS

O número de casos de infecção por HIV entre crianças de até 5 anos no Brasil caiu 87% entre 2009 e 2021, segundo indicadores do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), do Ministério da Saúde (MS). Em termos absolutos, o número de registros caiu de 562 para apenas 74 nesse período.

A transmissão do HIV de mulheres grávidas para fetos acontece pela chamada transmissão vertical, que se dá durante a gestação, o parto ou até pela amamentação. Pessoas com o vírus podem ou não desenvolver a Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS), tudo depende de ter o diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes.

Para Adriana Ferrazini, presidente do Projeto Criança AIDS, em São Paulo, a testagem do HIV no momento em que se descobre a gravidez influenciou diretamente na queda das transmissões verticais. “Além da maior informação que essas mães recebem hoje em dia, a queda aconteceu por conta do exame que é feito logo que a mulher fica grávida. Assim o risco diminui infinitamente, mas também é crucial que a gestante continue o acompanhamento. Isso porque aqui no projeto, por exemplo, temos casos de mães que passaram bem pela gestação, mas acabaram se infectando durante a amamentação sem saber e passaram para o bebê”, diz a assistente social. 

Ainda segundo Adriana, os cuidados durante a gestação tiveram grande avanço nos últimos anos, “mas ainda há pouca comunicação sobre a AIDS para as crianças, que hoje nem sequer sabem o que significa. O que me preocupa atualmente é que paramos de falar sobre a AIDS e as crianças de 8, 9 e até 10 anos muitas vezes não sabem o que é. São esses que em breve serão jovens e vão começar a vida sexual sem consciência, se relacionando sem proteção. E tudo isso pode gerar uma explosão de infecções novamente”, diz Adriana.

Dados da plataforma de indicadores do Ministério da Saúde indicam que também houve queda na infecção de gestantes nos últimos anos. De 2017 a 2020, ano dos últimos dados compilados pelo ministério, o número de infectadas por mil nascidos vivos foi de 8.577 para 4.280, uma redução de 50%. Especialistas ponderam, entretanto, que em 2020, por causa da pandemia, os dados podem apresentar alto grau de subnotificação, já que muitas pessoas deixaram de ir aos hospitais devido à Covid-19.

O presidente da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o ginecologista Geraldo Duarte, afirma que a queda no número de casos se justifica principalmente pela melhora nos protocolos de tratamento e maior disponibilização de testes. “Há cerca de 5, 6 anos, as pessoas diagnosticadas só começavam a receber tratamento no momento em que tinham sintomas de imunodeficiência por causa da AIDS. Depois de muita pressão da sociedade, esse protocolo foi modificado e o tratamento passa a ter início logo que acontece o diagnóstico. Por outro lado, a maior disponibilidade de testes permite diagnósticos antecipados e tratamento nas etapas iniciais da doença”, explica o ginecologista. Para o médico, o número de infecções entre gestantes é um importante indicativo da situação da doença no país. “Se cai o número de grávidas infectadas, cai também o de crianças e, consequentemente, o de adultos no futuro. Então a tendência é que o número de infecções totais no país acompanhe a variação da doença entre as gestantes”, explica o ginecologista.

O número total de casos de AIDS no país cai a cada ano desde 2013. Nesse período, houve queda de 69%. De 43.493 casos em 2013, o Brasil foi para 13.501 em 2021. As mortes causadas pela doença também caíram no país: de 2015 a 2020, ano do último dado compilado pelo ministério, os óbitos que tiveram por causa básica a AIDS foram de 12.667 para 10.417. Para Paulo de Souza Júnior, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz (ICICT/Fiocruz), o avanço no combate à doença no país se deve principalmente à atuação do DCCI no tratamento imediato após o diagnóstico da doença. “Os números mostram que as ações do departamento têm sido bastante efetivas. Com o tratamento antecipado, além de reduzir os riscos de o paciente vir a ter infecções relacionadas ao HIV e reduzir o risco de óbito, aumentam também as chances de o paciente se manter vinculado ao serviço de saúde. Com isso, muitos nem chegam a ter a AIDS e morrem por outras causas”, diz o pesquisador da Fiocruz.

No Estado do Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) identificou a mesma tendência de queda nas infecções. O número de crianças de até 5 anos com HIV no estado diminuiu 55,9% de 2018 para 2021. Em 2018, o estado registrou 34 casos de transmissão vertical. Em 2019, o número caiu para 32. Em 2020, foram 19 e em 2021, 15. Segundo a gerente de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/AIDS) da SES, Juliana Rebello, quanto mais cedo o vírus for detectado e a terapia antirretroviral começar, melhor. “Com o tratamento, é possível reduzir a carga viral da mãe até que ela fique indetectável e, assim, impedir a transmissão do HIV para a criança”, explica a servidora.

FONTE: DCCI - MINISTÉRIO DA SAÚDE

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